O Projeto Bacia Amazônica realizou nesta quinta-feira, 18, um webinar regional de melhores práticas de Gestão Integrada de Recursos Hídricos (GIRH), gerando aprendizado para fortalecer os sistemas de informação do Suriname e da Guiana e, dessa forma, produzir reflexos positivos na gestão sustentável e compartilhada da Bacia Amazônica. A cooperação técnica e a difusão de boas práticas entre os países amazônicos é constantemente articulada pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para garantir o desenvolvimento sustentável e harmônico da região. 

Participaram do webinar representantes da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) do Brasil, do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Minambiente) da Colômbia, do Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica (MAATE) do Equador e da Autoridade Nacional de Água (ANA) do Peru. 

Em suas apresentações, os profissionais focaram nos temas da governança da água, ressaltando o funcionamento dos Sistemas Nacionais de Informação de Recursos Hídricos e enfatizando o desenvolvimento de protocolos padronizados de coleta, armazenamento e compartilhamento de dados, além da participação da comunidade e outras partes interessadas e da realização de programas de formação. 

A Coordenadora de Gestão da Informação da ANA, Diana Cavalcanti, ao apresentar  o Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) do Brasil, destacou o relatório Conjuntura, publicação que atualiza anualmente as informações nacionais sobre uso, quantidade e qualidade da água e segurança hídrica, recolhendo dados das 27 unidades federativas. 

Segundo Diana Cavalcanti, a ANA evolui ano a ano na forma de relacionar-se com as unidades da federação para obter informações atualizadas e seguras sobre os recursos hídricos do país.  “Hoje nós contamos com a participação de 100% dos estados brasileiros no envio de dados graças a iniciativas como o PROGESTÃO, o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas, que prevê incentivo financeiro às unidades federativas que alcançam as metas definidas de gestão”, afirmou.

A representante da Colômbia, Lizbeth Gisella Ramírez, profissional encarregada da Macrobacia Amazonas do Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, destacou a importância de protocolos de linguagem comum para o fluxo das informações que são recolhidas dos territórios para integrar o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. O SNIRH colombiano funciona, segundo ela, com informações sobre quantidade, qualidade e demanda de água e condições climáticas.

Os profissionais representantes do MAATE enfatizaram o sistema de monitoramento e avaliação estabelecido no Equador, que permite medir a qualidade e os impactos da gestão estratégica e operativa, melhorando a eficácia das ações planejadas. O país prioriza a educação ambiental e hídrica, integrando saberes científicos e ancestrais.

No Peru, oitavo país com mais água no mundo, a Autoridade Nacional de Água é o órgão responsável pela governança e coordenação da GIRH. Em sua apresentação, Juan Pablo Mariluz, especialista da Direção do SNIRH, destacou o Observatório Nacional de Recursos Hídricos, ferramenta que reúne 400 milhões de dados relacionados aos recursos hídricos e é acessada por 10 milhões de pessoas.Os representantes do Ministério da Agricultura – Serviço Hidrometeorológico da Guiana e do Ministério do Planejamento Espacial e do Meio Ambiente do Suriname assistiram às apresentações e interagiram com os palestrantes com perguntas pertinentes a fim de obter sucesso no desenvolvimento de seus próprios sistemas de GIRH e, a partir deles, fortalecer a gestão sustentável da Bacia Amazônica em cooperação com os demais países da região.

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