Em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia e o Instituto Amazônico de Pesquisas Científicas – SINCHI, o Projeto Bacia Amazônica (OTCA/PNUMA/GEF) iniciou uma intervenção estratégica para promover a gestão eficiente dos recursos pesqueiros na bacia do rio Putumayo, um dos principais afluentes do rio Amazonas. A iniciativa prevê o monitoramento dos ecossistemas aquáticos em áreas vulneráveis às mudanças climáticas e à pressão humana, na Zona de Integração Fronteiriça (ZIF) com o Peru, onde a pesca desempenha um papel vital na subsistência das comunidades locais e na economia regional.
No território amazônico colombiano, a valorização da pesca de consumo e ornamental representa anualmente mais de 50 milhões de dólares. No entanto, a degradação dos ecossistemas aquáticos e a sobrepesca vêm colocando em risco tanto a biodiversidade existente quanto os benefícios econômicos gerados por espécies emblemáticas como o pirarucu, a aruanã e os grandes bagres. A escassez de informações contínuas sobre a relação entre essas espécies e as comunidades ribeirinhas que delas dependem, bem como sobre as características biológicas e pesqueiras desses ecossistemas compartilhados, evidencia a necessidade urgente de ações que contribuam para a regeneração natural das populações de peixes.
Embora a iniciativa esteja sendo conduzida exclusivamente pela Colômbia, busca alinhar-se aos esforços do Peru na gestão dos recursos compartilhados, permitindo a coordenação de ações e estratégias entre os dois países, especialmente no manejo de espécies migratórias e na preservação dos ecossistemas aquáticos da bacia do Putumayo.
Monitoramento participativo e diálogo interinstitucional
Com a participação ativa de pescadores e comunidades ribeirinhas, o projeto prevê a implementação de um sistema de monitoramento participativo em seis localidades dentro das duas bacias que drenam pela Zona de Integração Fronteiriça (ZIF) – rios Putumayo e Amazonas –, abrangendo uma área de 26 milhões de hectares. O sistema utilizará indicadores socioeconômicos, ambientais e pesqueiros para avaliar o uso dos recursos e promover práticas sustentáveis na região, aprimorando o conhecimento e a gestão da pesca.
A iniciativa também buscará fortalecer o diálogo interinstitucional entre as autoridades pesqueiras e ambientais da Colômbia e do Peru, visando harmonizar as normas pesqueiras, especialmente no que se refere às espécies migratórias sob intensa pressão de pesca. Essa cooperação criará uma base sólida para a conservação dos recursos hidrobiológicos a fim de garantir o bem-estar das populações ribeirinhas e a preservação da biodiversidade.
- Pescadores do rio Putumayo – Jhonattan Vanegas, Instituto SINCHI
- Arawana prateada – Jhonattan Vanegas, Instituto SINCHI
Boas práticas pesqueiras
O projeto também tem como objetivo documentar a pesca artesanal na Zona de Integração Fronteiriça (ZIF). A iniciativa busca registrar as práticas pesqueiras atuais e, em diálogo com os atores locais, estabelecer acordos de boas práticas ambientais e sociais que contribuam para a conservação da biodiversidade e o uso sustentável dos ecossistemas aquáticos.
Foto de capa: Entardecer no rio Putumayo – Jhonattan Vanegas, Instituto SINCHI
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