Em um ambiente de cooperação e compromisso entre os países amazônicos, foi realizada a IV Reunião do Comitê Diretivo do Projeto Cuenca Amazónica, que implementa o Programa de Ações Estratégicas (PAE) para a Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (GIRH) na região amazônica.

O encontro reuniu autoridades de água dos oito Países Membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) e contou com a participação da Diretora Administrativa da instituição, Edith Paredes, e de Isabelle Vanderbeck, Gerente de Tarefas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), agência implementadora do Projeto. A reunião representou um avanço decisivo para o fortalecimento da cooperação regional para a gestão das águas amazônicas.

 

Deliberações estratégicas e compromissos renovados

Durante a reunião, foram aprovados o Plano de Trabalho e o Orçamento para 2025, assim como o Relatório Anual de Atividades de 2024, reafirmando o papel do Comitê Diretivo (CDP) como instância central de governança, supervisão e orientação do Projeto. Também foram definidas novas diretrizes estratégicas com foco na cooperação técnica, política e normativa entre os países.

Abertura com destaque à diversidade e à continuidade

Na abertura da reunião, Edith Paredes destacou o valor da diversidade de experiências, visões e origens representadas no comitê como motor de construção coletiva. Reafirmou o compromisso da Secretaria Permanente da OTCA com o projeto e com suas múltiplas dimensões — técnica, política e financeira —, e defendeu a necessidade de seguir avançando e alcançando resultados concretos. “O caderno tem muitas páginas já preenchidas, mas ainda há páginas em branco que precisamos continuar escrevendo”, afirmou.

Avanços técnicos e institucionais do PAE

 

Maria Apostolova, Coordenadora do Projeto Bacia Amazônica, apresentou os principais avanços alcançados em 2024. Destacou:

• O estabelecimento da Red Amazônica de Autoridades de Água (RADA) como Mecanismo Permanente de Coordenação para a GIRH Regional.

• A consolidação de protocolos regionais de monitoramento para redes amazônicas de quantidade e qualidade de água.

• O desenvolvimento participativo da Caixa de Ferramentas e dos Princípios da GIRH para a Amazônia.

• O fortalecimento de capacidades nos Países Membros por meio da capacitação de mais de 600 profissionais da área de gestão de recursos hídricos.

• O aumento da resiliência frente ao clima, com 2 intervenções concluídas, 14 em execução e 3 em processo, distribuídas entre os oito países amazônicos.
• A consolidação do conceito para a futura Plataforma Regional Integrada de Informação sobre GIRH.

Recomendações do Comitê Diretivo

O CDP recomendou à Unidade de Coordenação Regional (UCR) a incorporação dos Princípios de GIRH acordados no Workshop Regional de abril nos produtos do Projeto. Também valorizou as sessões de capacitação sobre a Caixa de Ferramentas de GIRH e o enfoque Fonte ao Mar, destacando a importância de abordagens sistêmicas para a atualização da Análise Diagnóstica Transfronteiriça (ADT) e do PAE.

O Comitê aprovou a criação de uma Caixa de Ferramentas específica para a Bacia Amazônica, que será em breve disponibilizada no site do Projeto, como uma contribuição concreta para o fortalecimento da GIRH na região.

Monitoramento de eventos extremos e papel estratégico da informação

O CDP solicitou a priorização do desenvolvimento do Programa de Monitoramento de Eventos Extremos de Natureza Hidrológica (EENH), diante da frequência e impactos das secas na região.

Reiterou ainda que o monitoramento ambiental é estratégico no Projeto, por fornecer subsídios essenciais ao planejamento, à tomada de decisões e à gestão da água em escalas local, nacional e transfronteiriça.

Compromisso reafirmado em Santa Cruz de la Sierra

Ao final da reunião, realizada em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, como parte das celebrações do Bicentenário do país, as deliberações refletiram os avanços e o compromisso contínuo dos países amazônicos em fortalecer a cooperação regional e a gestão integrada dos recursos hídricos na Bacia Amazônica.